Friday, December 16, 2005

.dor.

tinha esquecido o quanto doía. aquela dor tão insuportável que desconcentra, que te faz chorar compulsivamente na esperança vã que com as lágrimas escorra pelo menos uma fração - mesmo que ínfima, irrisória, inútil até - da dor.

hoje eu acordei chorando. justo hoje. meu primeiro texto (tesourado) foi publicado. fofo. tá lá.

e naqueles dias que tudo o que se quer fazer é esquecer, você me entra na cabeça até quando penso em minha música preferida.

.já conheço os passos dessa estrada / sei que não vai dar em nada / seus segredos sei de cór / já conheço as pedras do caminho / e sei também que ali sozinho / eu vou ficar, tanto pior / o que é que eu posso contra o encanto / desse amor que eu nego tanto / evito tanto / e que no entanto / volta sempre a enfeitiçar / com seus mesmos tristes velhos fatos / que num álbum de retrato / eu teimo em colecionar / lá vou eu de novo como um tolo / procurar o desconsolo / que cansei de conhecer / novos dias tristes, noites claras / versos, cartas, minha cara / ainda volto a lhe escrever / pra lhe dizer que isso é pecado / eu trago o peito tão marcado / de lembranças do passado / e você sabe a razão / vou colecionar mais um soneto / outro retrato em branco e preto / a maltratar meu coração.

.vai passar, vai passar.

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