Wednesday, February 22, 2006

pior

pior que perder amor (ou projeto de, que é o que mais anda acontecendo) é perder amiga.

amiga daquelas que você confia até pra dormir com seu namorado na mesma cama (e na maioria das vezes é meio isso que acontece, mas não bem do jeito que você acreditava), que você liga na madrugada para não ligar para o filha-da-puta que te largou, para sair naquela balada roubada só porque seu gatinho vai estar.

a dor, apesar de parecida, é mais profunda, mais duradoura. até porque quando se perde um amor, se tem um conforto no 'outros virão'. com amizade não é assim... até construir tudo de novo com outra pessoa, poder falar tudo o que quiser, se apoiar de olhos fechados. outras não virão.

[i love the sound of you walking away]

Monday, February 13, 2006

noitada

as melhores noitadas são aquelas que você não espera, que vai indo de um lugar para o próximo sem perceber que o tempo está passando tão rápido (por que será que isso cisma de acontecer sempre nas melhores noites?) e que depois te rendem um belo esporro do superior direto (pais/chefe/editor). ontem a noite foi dessas. saímos para fazer o 'favor' de animar a pista para um amigo (ainda bem que ele não lê isso aqui, senão ía ficar puto. e sim, sim. nós agora somos animadoras de pistas também), encontramos vários amigos (engraçado como o universo conspira a favor de uma noite feliz) e terminamos cantando pagode na liberdade (tá. quem cantou pagode foi a dupla mais indie da turma. pronto, falei!).

d-e-l-í-c-i-a. mas chegamos em casa as cinco da manhã. do domingo. é muito difícil viver sem parâmetros...

[but everything looks perfect from far away, 'come down now', but we'll stay...]

Saturday, February 11, 2006

mas

...mas como nada na vida é do jeito que a gente gostaria, o melhor mesmo é rir da própria desgraça. vamos lá. o ano tá uma merda. fato. pra todo mundo. ninguém tá feliz (ainda) e todo mundo quer muito acreditar naquela velha história de que no brasil o ano só começa mesmo depois do carnaval. e esse ano decidimos todas pular o carnaval de verdade. no rio. na rua. nos blocos. vai ser demais. e quem sabe não dá aquele empurrãozinho que o ano tá precisando?

para todos os problemas, calma.

[enquanto o tempo acelera e pede pressa / eu me recuso faço hora vou na valsa / a vida é tão rara]

Thursday, February 09, 2006

incontrolável

não precisou nem terminar o livro. meu protagonista voltou a ser romântico (na verdade ele assumiu que nunca havia sido cínico) e eu voltei com ele (na verdade bla bla bla). então é isso. eu não quero mais procurar, já achei. não quero mais jogar, prefiro a verdade.

não preciso de questionário, você já passou.

mas era pra ser fácil e gostoso...

.i love the sound of you walking away.

Friday, February 03, 2006

cinismo

e já que ele é o substantivo da vez, não tenho outra escolha senão me tornar cada vez mais cínica, e parecida com o protagonista do meu livro. lógico que depois passa, já que o próximo livro da lista é um romance DAQUELES.

mas... voltando ao cinismo.

é engraçado como as coisas cismam em acontecer na hora errada. 2006 tá uma merda. começou (quase) bem, às 5 e meia da matina (piada interna) mas já descambou. descambou tanto que eu pareço não conseguir digerir a perda de uma das pessoas mais queridas da minha vida: minha gatinha, de 16 anos e meio, que faleceu há dois dias. isso mesmo. minha gatinha era uma das PESSOAS mais queridas da minha vida. sinto a falta dela, procuro ela a todo instante para dar um beijo e sentir o delicioso cheiro de seu pescoço mas, quando lembro que ela não está mais em casa, aceito. não choro.

aí começam as pirações de 'será que minhas prioridades estão erradas?', 'será que eu devia ficar em casa sentindo a falta dela até chorar?' ou será que eu simplesmente aceito que aprendi a lidar com a morte? assim mesmo. bem cínica. minha relação com a morte sempre foi muito estranha. tinha medo de tudo. de morrer, de ver alguém morrer, de não aguentar a saudade de não ter mais alguém perto. duas mortes, e tá tudo resolvido. meu vovô querido me ensinou a sentir saudade boa e minha gatinha me ensinou a assistir à morte como parte da vida. vi ela agonizar por três horas e dar seu último suspiro no colo do meu pai e percebi que isso também faz parte da vida. me deu força. percebi que ganhei uma força que não sabia que tinha, ao ficar do lado dela. mas era preciso. por ela, e por mim. e assim ela se foi. e com ela, uma boa parte de mim que terá de ser reconstruída, com a saudade boa que eu herdei da morte do meu vô.

e a vida continua. pra ser vivida. cada vez mais vivida...

.silêncio.

alta fidelidade

tô lendo um livro muito bom, cínico, que a carol me emprestou... aí ontem, no auge das epifanias etílicas (tá, nem eram tão etílicas. mais epifânicas mesmo) leio a melhor passagem dos últimos tempos:

[a while back, when dick and barry and i agreed that what really matters is what you like, not what you are like, barry proposed the idea of a questionnaire for prospective partners, a two or three-page multiple-choice (de-mais) document that covered all the music/film/tv/book bases. it was intended a) to dispense with awkward conversation, and b) to prevent a chap from leaping into bed with someone who might, at a later date, turn out to have every julio iglesias record ever made. (...) there was an important and essencial truth contained in the idea, and the truth was that these things matter, and it's no good pretending that any relationship has a future if your record collections disagree violently, or if your favourite films wouldn't even speak to each other if they met at a party.]

meu questionário fica pronto semana que vem.

.i'll be the phonograph that plays your favorite albums back as your lying there drifting off to sleep.